O advogado Wasley César de Vasconcelos respondeu às declarações do colega de profissão Rui Pimenta, que defende o goleiro Bruno Fernandes no processo sobre desaparecimento e morte de Eliza Samudio. “Acredito piamente na inocência de Luiz Henrique Romão”, disse sobre o cliente, de apelido Macarrão. Neste domingo (11), Pimenta admitiu que a ex-namorada do goleiro está morta e atribuiu o crime a Luiz Henrique Romão. A defesa de Macarrão acredita que Eliza não esteja mais viva por causa do tempo que está desaparecida, mas desafia sobre a localização do corpo.
“Ele [Rui Pimenta] já entrou no caso tendo essa visão paranormal do ocorrido. Não existe prova neste sentido, nenhuma prova. O que ele está fazendo é uma defesa que seja a melhor para o cliente dele. Se ele afirma com tanta certeza, ele precisa fazer o que a Polícia Civil não conseguiu até hoje, que é localizar os restos mortais da Eliza”, disse em entrevista ao G1nesta segunda-feira (12) na condição de advogado de Macarrão. Pimenta havia dito que vai sustentar no julgamento que Macarrão tomou a decisão de matar Eliza por ciúmes de Bruno.
Vasconcelos afirma que vai averiguar se o cliente foi sondado a participar de qualquer manobra para livrar o amigo Bruno da acusação de homicídio. “Quero saber quem esteve com ele no presídio nos últimos dias. Eu não admito a possibilidade de ele assumir um crime para livrar o Bruno. Se eu perceber que isso aconteceu, eu renuncio na hora”, disse. Segundo o advogado, que reside em cidade diferente da que Macarrão está preso, ele tem trabalhado bastante no processo e visita o cliente uma vez por mês.
Vasconcelos não revela em detalhes a estratégia de defesa, mas afirma que vai defender perante o júri a ausência de provas contra Luiz Henrique Romão e também a falta de materialidade do corpo. Para o advogado, cabe ao estado, por meio da Polícia Civil e do Ministério Público, provar o envolvimento do cliente dele na morte de Eliza Samudio. “Não sou eu que vou fazer provas de que ele não participou. É o estado que tem que provar que ele cometeu. O ônus da prova cabe a quem fez a acusação”, disse. Segundo advogado, o último contato de Macarrão com Eliza foi uma carona saindo do sítio do jogador, em Esmeraldas, na Grande BH, para que ela seguisse viagem até São Paulo.
O advogado de Macarrão diz que Eliza tinha muitos inimigos e por isso era “uma morta em potencial”. “Ela tinha um temperamento difícil, tinha relacionamento com vários homens casados. Era, entre aspas, uma morta em potencial porque tinha muitos inimigos e não era uma pessoa de boa convivência”, falou. Segundo Vasconcelos, para assumir a defesa de Macarrão, foi preciso estudar o comportamento da vítima por meio da internet e da busca de informações com pessoas que conviviam com Eliza.
(G1)
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