Hoje, todos se vestiram de branco, a cor do orixá, e percorreram 8 km em procissão, desde o largo da Conceição até o largo do Bonfim. A lavagem, além de contar com a participação de seguidores do catolicismo, umbanda e candomblé, reúne também turistas e seguidores de festa.
Não só considerado um evento religioso, o Bonfim se torna cada vez mais um encontro entre famílias, amigos e entre aqueles que aproveitam o dia para iniciar o carnaval. Durante todo o cortejo, foi possível perceber muitas barracas lotadas - com gente bebendo e ouvindo do pagode ao axé. Tudo isso, na base da igreja do Bonfim.
Mas, mesmo com tanta mistura entre o profano e o sagrado - a lavagem mais abençoada da Bahia traz sempre os melhores personagens e consagra a mais forte ideia de fé e religião.
Mas, entre as cerca de 300 baianas e 35 entidades, dentre elas o Muzenza, o Ilê Aiyê, os Filhos de Gandhy, grupos de samba e grupos políticos, não há como separá-los e torná-los únicos, mas sim, juntá-los num exclusivo tapete branco, que, abençoados por todos os santos com o aval do Senhor do Bonfim, seguem numa só direção.
Seja do sincretismo ao festejo, as escadarias do Bonfim foram lavadas e perfumadas com a alfazema da Bahia - que permitiram que os portões da igreja se abrissem e o povo entrasse. Fosse ele branco ou negro, idoso ou jovem, todos agarravam suas fitinhas milagrosas como se ali depositassem seus pedidos, perdões e agradecimentos. E mais uma vez, o Senhor do Bonfim e da Bahia deu-lhes 'a graça divina, da justiça e da concórdia'.
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